A beleza é um tema tão amplo e rico para ser discutido quanto a origem do universo. E não isoladamente a beleza de um rosto ou de um corpo humano. Pensemos em algo muito mais vasto: a beleza natural, a beleza cotidiana, a beleza artística, gosto e ordem.
E não há como falar de beleza sem mencionar as sete artes: Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Dança, Poesia e Cinema, esta última que entrou na lista em 1923 quando o intelectual italiano Ricciotto Canudo propôs a sua integração no seu Manifesto das Sete Artes e Estética da Sétima Arte, aumentando a lista precedente de Hegel. Tal manifesto foi uma atualização de sua publicação de 1911, intitulada La Naissance d’um sixième art.
E a beleza transcende ao que é visual, tátil e auditivo; ela rompe as barreiras desses três sentidos e é percebida, inclusive, de forma olfativa e gustativa. Por que não?
A beleza pode ser reconfortante, perturbadora, sagrada e profana; pode revigorar, encantar, inspirar, atemorizar. Ela pode nos influenciar de inúmeras formas. Não obstante, jamais é vista com indiferença: exige nossa atenção; fala-nos diretamente, como a voz de um amigo íntimo. Se há alguém indiferente à beleza, sem dúvida, é porque não a percebe.
Existe uma ideia encantadora sobre a beleza que remete a Platão e Plotino, que, segundo ela, a beleza é um valor supremo que buscamos por si só, sem ser necessário fornecermos qualquer motivo ulterior. Desse modo, a beleza deve ser comparada à verdadeira bondade, integrando um trio de valores supremos que justifica nossas inclinações racionais: o verdadeiro, o bom e o belo.
Esse tema fascinante, que é a beleza, rendeu vários estudos e discussões desde a Grécia antiga e ainda o faz. Existem várias publicações e livros muito bem escritos sobre o assunto e aos poucos conversaremos por aqui. De tão ampla que é essa singela palavra de seis letras, o filósofo e escritor russo Fiódor Dostoiésviski citou uma frase enigmática: “a beleza salvará o mundo”. Mas isso é assunto para falar em outro momento.
Até a próxima.
Cláudio Cordeiro